A Galeria J.M.Moraes abre a visitação à Mostra de outono e mais, uma coletânea da produção artística dos alunos dos ateliês do Ágape. Com a curadoria dos professores Alexandre Lettnin, Berenice Bailfus e Jèrôme Rehel, o público poderá apreciar as obras em diferentes estilos, formas e suportes. A visitação pode ser feita até o dia 3 de junho, de segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 14h às 19h, nos sábado, das 13h às 17h.

A artista visual Berenice Bailfus, professora dos pequenos e dos alunos especiais do ateliê explica que a mostra integra alunos dos mais variados níveis de conhecimento. "Aqui nós temos vários ateliês para diferentes idades, temos alunos dos três anos aos adultos."

Dos orientandos da professora, nove alunos estão expondo, entre crianças e adolescentes. "Eu procuro abordar as diversas linguagens, visto que eles estão experimentando coisas, então gosto de trazer o máximo que posso das linguagens artísticas para eles irem se encontrando poeticamente", explica.

Como os ateliês não são caracterizados como um curso, com datas de início e fim, é comum as turmas abrigarem interessados de diferentes níveis de conhecimento. "Claro que eu tenho o cuidado de, quando uns estão super avançados, de não colocar junto alguém que está iniciando e que me pede uma atenção especial. A gente vai se adaptando. Tem alunos que estão há dois anos comigo."

Os ateliês para os pequenos funcionam de forma mais lúdica, de uma maneira que eles possam se envolver com arte descontraidamente. Mas tudo é aprendizado, até a mostra chega com o objetivo de trazer esses alunos para esse ambiente de exposição, além de mostrar um pouco o que está sendo produzido nesses ateliês. "E mostrar como eles são maravilhosos, como eles conseguem superar as dificuldades e colocarem isso de uma forma que parece tão fácil", diz a orgulhosa professora.

Berenice ainda tem um aluno, de 22 anos, com espectro autista que terá suas obras expostas. As aulas para este público, segundo a professora, são voltadas ao desenvolvimento cognitivo e motor, para que as atividades realizadas ali cooperem no dia a dia deles.

Uso terapêutico

Aluna do professor Alexandre Lettnin, há cerca de sete anos, a médica Silvia Serres diz que a pintura tem para ela um uso terapêutico, por isso não se considera uma artista, mesmo com a longa experiência. "Eu uso a pintura como uma forma de sair da minha rotina, mas daí me considerar uma artista vai uma distância muito grande", comenta.

Neste momento Silvia se dedica somente à pintura acrílica, mas no início ela fez muitas obras em pastel. "É uma técnica que praticamente você usa direto a mão, porque o lápis do pastel se torna quase uma extensão das mãos, já na pintura o pincel te dá uma distância maior da tela."

Esta não é a primeira vez que a aluna participa de uma mostra, mas expor suas obras acontece mais raramente, até porque Silvia gosta de fazer telas maiores, que levam mais tempo para serem produzidas. "Na verdade eu venho aqui uma vez por semana, não tenho tempo para fazer em casa. Trabalho sem pressa, até porque estou me preparando para ter um hobby para quando eu me aposentar."

Mesmo com pouco tempo para se dedicar à arte, a médica nem pensa em parar com as aulas e prosseguir sozinha em casa. "Eu gosto da convivência com o professor e sempre se tem o que aprender."

Serviço
O quê: Mostra de outono e mais
Visitação: até 3 de junho, das 10h às 12h e das 14h às 19h, de segunda a sexta-feira, e das 13h às 17h, aos sábados.
Onde: Ágape Espaço de Arte, rua Anchieta, 4.480